sábado, 16 de junho de 2007

XVII - ESTRATIFICAÇÃO MASSAPINA

Ao longo da minha vida percebi que os Massapina são como que uma "casta" especial, pois vivem sob um sistema social mais ou menos rigido, fixo num sobrenome - Massapina - que nos conduz a uma estrutura própria tipo nobiliário, como que uma obrigação de ter que efectivar um pedágio especial no sentido de terminar a vida deixando algo que justifique a nossa passagem terrena.
Uns mais do que outros, mas a obra surge sempre, e nas mais variadas áreas de actuação, não fora o nome uma composição dinamica, a vêr:

"Massa - sf - mistura de farinha de trigo com um liquido, formando pasta; substancia mole ou pulverizada; o todo cujas partes são nda mesma natureza; totalidade; (Fis.) a quantidade de matéria de um corpo; mistura de cal, areia e água; argamassa; nome de um tipo de vinho fabricado em Massa, provincia da Toscana - Italia; mandioca ralada que, depois de espremida no tipiti, é peneirada antes de ir ao forno, onde pelo cozimento se completa a fabricação da farinha e das diversas espécies de beijus; (Sociol.) multidão; agregado social; que se caracteriza por um estado elementar ou grau infimo de coesão dos indivíduos do grupo - fundamental: (Pet.) base, pasta amorfa ou finalmente cristalina que envolve os fenocristais; pl. aglomeração de gente; o povo; a população".
E em relação à segunda parte do nome:

Pina - sf - cada uma das peças que formam a circunferência da roda de um veiculo.

Este conjunto de designações conduz a algo como familia unida, familia unida em circulo, circunferencia, e com origem numa cidade da Toscana Italiana, Região realmente com fundadas origens da familia.
A minha mãe conhecedora da minha grande curiosidade em relação à familia, as suas origens e diversas ligações, deixou-me um verdadeiro tesouro inscrito em 3 simples bocados de papel, que quando conjugados ded uma forma armonioza conseguem deixar bem visivel o percurso e ligações de alguns dos ramos da familia.
Estas verdadeiras obras primas foram escritas já no hospital, nos ultimos momentos de lucidez antes de entrar num estado comatoso e vegetativo de onde já não voltou mais a sair, e foram agora recuperadas por mim, por mero acso de dentro de um monte de papeis, fotos e outros documentos pessoais, que me deixou numa caixa e que tem merecido a minha massima atenção.
Para além da sua publicação por imagem a quando da complementação que irei fazer no final com fotos, documentos originais e outras imagens, não poderia de forma alguma deixar de aqui reproduzir na integra tudo quanto ficou expresso pelo seu punho nesses importantes relatos de historia.
Assim, documento nº 1:

"Libânia da Conceição Massapina, nascida em Lisboa em 18-03-1920, na Freguesia de S. Sebastião da Pedreira na Rua de campolide nº 21 - r/c, filha de José Francisco Massapina de trinta e nove anos, nascido em Moura, Freguesia de S. João Baptista, casado, profissão funcionário publico, e de Clara da Conceição Massapina de 26 anos, natural de Beja, Freguesia de S. salvador, neta paterna de José Augusto Massapina, Enfermeiro e de Maria Albertina de Sousa Freire Massapina, Enfermeira e neta materna de Francisco Manuel Caeiro Massapina, Professor e de Maria do carmo Vargas.
Tem três filhos vivos, Carlos Alberto, casado, Alcina, Casada, e José João, casado. Tem um irmão, José Francisco Massapina Junior, casado com Maria Gabriela Pires Vicente Massapina, tem dois filhos Maria Clara Vicente Massapina e José Carlos Vicente Massapina, vivem em Tavira são filhos, netos, e bisnetos de José Augusto Massapina e Maria Albertina Sousa Freire Massapina".

Uma explanação rigorosa em termos da familia mais chegada, no entanto nota-se o seu esquecimento relativamente aos outros seus irmãos, só considerou o José Francisco Massapina Junior, talvez devido já à sua memoria debilitada, que se pode registar inclusivamente na sua letra algo tremula e desfazada do seu normal tipo de escrita em termos de firmeza.
No documento nº 2, mais resumido e com a letra ainda mais debilitada, ficam de alguma forma descritas algumas ligações familiares a outros ramos da familia, a vêr:

" Oficinas de ferreiro - Cuba - Joaquim José Massapina (irmão de Avõs Libânia, Rodrigo, José Antonio, Manuel António) Mariana Leitão Abreu, pais de António Maria Massapina, Luisa da Conceição Vargas, esposa, pais de Manuel António Massapina, casado com Isaura dos Anjos Bexiga, pais do falecido Joaquim Bexiga Massapina e de Nelson Bexiga Massapina.
José de Jesus Vargas Massapina, Servola Augusta Janeiro Azevedo (Massapina) pais de Osvaldo Francisco Azevedo Massapina, Ivone Assunção Azevedo Masspina, bisnetos de Joaquim José Massapina.
Viana do Alentejo - Rodrigo Massapina, tio Rodrigo Massapina Gusmão, primo 2º grau de José de Jesus vargas Massapina, Libânia da Conceição Massapina, Manuel António Massapina."

Depois surge o 3º documento, o mais longo e também o mais confuso em termos de entendimento, em alguns dos seus dados, a vêr:

"Hospitais de Moura, Clinica da Rainha em Alcobaça, ultimo onde julgo esteve.
Trabalhou com o Dr. Libânio, José Augusto Massapina, Enfermeiro, casado com Maria Albertina de Sousa Freire (Massapina) Enfermeira, pais de José Francisco Massapina, filho mais velho, nasceu em Moura na Freguesia de São João Baptista, foi funcionário publico esteve na Companhia Inglesa dos Telefones, grande politico republicano, amigo dos 1ºs Presidentes da Republica, empregou-se no Ministério da Agricultura, como capataz Agricola, esteve nos postos agrarios de Evora, Silves, castro Verde, tavira, foi promovido a Prático Agricola, faleceu em tavira onde está sepultado. Conhecido, estimado e respeitado por todos, a Provincia do Algarve prestou-lhe várias homenagens por sua competência.
Casou com a sua prima Clara da Conceição Massapina, nascida em Beja, Freguesia de S. Salvador, filha de Francisco Manuel Caeiro Massapina, professor e Maria do Carmo Vargas.
Maria Antónia Massapina, nasceu numa caçada na fronteira de Portugal-Espanha onde sua mãe se encontrava na companhia dos Reis D. Carlos e d. Amélia, de quem era Enfermeira, casou com o Arquitecto Henrique Ferreira da Silva, foram pais de Julia, Maria Albertina, Ermelinda e Isabel Massapina Ferreira da Silva, falecidos, todos não há descendentes.
Libânio Massapina, oficial da marinha casou com D. Laura filha do Médico do navio onde estava a prestar serviço e foi a Africa combater o 'Gungunhaná' não existe rigor em relação à sua morte pois existem registos de morte em combate e outros que dizem que faleceu em Colares na sua quinta que foi doada aos padres e D. Laura esteve internada no lar das viuvas dos oficiais da marinha e creio já ter falecido. Não tiveram filhos.
José Francisco Massapina e Clara da Conceição Massapina pais de Libânia da Conceição Massapina que nasceu em Campolide, Freguesia de S. Sebastião da Pedreira a 18-3-1920, seu pai tinha 39 anos e sua mãe 26 quando Libânia nasceu".

Depois desta longa análise, e de posse de outros documentos recolhidos aos mais variados apoios que tenho recebido para conseguir compor esta obra, pude chegar à conclusão que sou membro da 6ª geração de Massapina's em Portugal, porquanto:

O casal de Enfermeiros Italianos eram Massapina pelos dois lados das suas familias, eram portanto primos, e acompanharam a D. Maria Pia de Saboia, futura Rainha de Portugal, eram os meus 5ºs avos, se assim se pode chamar.
Depois surgem os meus 4ºs avos, que eram Massapina pelo lado da mãe, e eram Enfermeiros do rei D. Carlos e da Rainha D. amélia.
Em seguida surgem os meus Trisavós, Maria Antónia Massapina e Henrique Ferreira da Silva.
Dos meus Bisavôs pelo ramo Massapina existem todos os registos, ainda mais que se trata de mais um cruzamento de vários ramos da familia, a saber, por um lado, surge Maria do Carmo Vargas e Francisco Manuel Caeiro Massapina e por outro José Augusto Massapina e Maria Albertina de Sousa Freire Massapina.
Também os meus Avôs eram primos, o José Francisco Massapina e a Clara da Conceição Massapina, que geraram a Libânia da Conceição Massapina, que por sua vez me gerou a mim com um elemento da familia Antunes da Silva.

Uma rota de entendimento familiar algo dificil de esclarecer quando se trata dos outros ramos da familia que se vão cruzando ao longo das épocas e diversas gerações.
Mas o mais importante em termos de Massapina, é que se não fora o casamento de D. Maria Pia de Saboia, vinda de Italia, com o futuro Rei de Portugal, e talvez nunca fosse possivel hoje encontrar Massapina's por todo o Portugal, e também um pouco por todo o Mundo, e já com algumas gerações de realizações e profundas e estruturantes obras com o nosso cunho especial de "casta" multiplicadora de um nome que só por si justifica a passagem terrena.

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