sexta-feira, 15 de junho de 2007

XII - UM ANTUNES INTEMPESTIVO E ANTI-CRISTO

Com o final da época monarquica, em 05 de Outubro de 1910, muitas diferenças sociais existentes entre a burguesia e a monarquia, esbateram-se, embora durante alguns anos ainda se realizassem pseudo revoluções todos os dias. O País viveu algum tempo numa convulsão diária, com intrigas politicas, chicanas parlmentares, duelos para defesa da honra muitas vezes desonrada por simples palavras ou actos politicos, atentados, etc...
O meu pai nasceu nessa época de revolução dia sim, revolução dia não, e talvez por isso tenha sido um revolucionário à sua maneira por toda a vida, um verdadeiro contestário contra o situacionismo, eu diria mesmo que foi um anarquista à sua maneira, pois por um lado era um homem bastante organizado e metódico com a sua vida e com os equipamentos, documentos, e intransigente com horários e combinações ou acordos, e tinha regras pré-estabelecidas a que ninguém podia falhar, sob pena de um verdadeiro temporal de mau humor, pois ele conseguia fazer as 4 estações do ano num só dia; ou seja podia acordar mal humorado, a meio do dia estava bem disposto, ao fim da tarde estar assim-assim e durante a noite estar com um feitio impossivel de se acompanhar.
Por outro lado em termos ideologicos e pessoais, pensava pela sua cabeça e não embarcava em caravanas politicas ou sociais, pois era um pensador solitário.
Era assim o Antunes José Antunes da Silva, meu pai, que eu conheci, e com quem tive o previlegio de conviver mais de 30 anos!

As muitas histórias da sua vivencia de infância e juventude, constituiram momentos de hilariante conhecimento para mim.
Lamento muito que alguém da familia, por mero preconceito, e talvez medo ou vergonha de se vêr publicamente retratado em algumas cenas menos dignificantes para com a sua pessoa, tenha destruido dois grossos volumes que ele tinha escrito, pelo seu próprio punho, onde retratava de uma forma efectiva e bastante factul todas as suas muitas aventuras e factos particulares vividos por si, ao longo da sua vida, de mais de 80 anos. Uma vida muito bem vivida, diga-se!
Por certo o mesmo tipo de medo e preconceito que à dias levou alguém da minha familia a solicitar-me alguma contensão ao falar da sua pessoa e dos seus familires directos, compromissos familiares resultantes do seu casamento. Eu obviamente que face os argumentos utilizados, temporáriamente, retirei algums linhas, de um capitulo que já está pré-publicado na net. Foram apenas algumas linhas susceptiveis de ferir algumas sensibilidades mais fracas, mas será de todo em todo impossivel, no dia em que esta obra estiver concluida, eu remeter essas linhas ao silêncio, pois a minha maneira de estar na vida não se enquadra nessas situações do chamado politicamente correcto, eu tal como meu pai sou pão-pão, queijo-queijo, e não posso dizer que por exemplo um alcolatra só bebe água mineral desde que nasceu, ou que alguém que não toma banho dias a fio e cheira a "bode" e a sulfato de peuga, e só toma banho no dia da festa de "meca" é a pessoa mais higienica do mundo, ou que essa pessoa tinha um certo patrimonio e o delapidou colocando em risco o bem estar da sua própria familia, gastando à toa em bebida, jogo e prostituição, e eu apenas para agradar não digo nada da realidade, ou então vou dizer que coitadinho nunca bebeu uma gota de alcool na sua vida, nunca frequentou prostitutas, e nunca jogou a dinheiro, nem à bisca lambida por vinte e cinco tostões cada ponto, e que perdeu todo o patrimonio porque foi assaltado por duas velhinhas na entrada da capela onde ia assistir a uma missa de acção de graças por lhe ter acontecido tudo isso na vida.
Ora bolas! Bolas...
Se realmente a propria pessoa confirmou tudo isto, escrevendo pelo seu próprio punho, que o individuo é bebado, que era viciado em jogatana a dinheiro e se o individuo gostava de conhecer e conviver com umas miudas por conta de uns trocados para as calcinhas e os alfinetes, o que é verdade, é verdade, e quem não quer ser lobo que não lhe vista a pele, ou seja não mostre a verdade ou a conte aos outros, e continue a sofrer em silencio tudo quanto a "merda" da vida lhe esta a dar em termos de destino neste momento.
Quanto à verdade, verdadeira, verdadinha! Quando se torna do dominio público, e consequentemente é visivel aos olhos de qualquer um, não existem restrições de surgir numa obra factual como esta, pois contra factos não existem argumentos, e eu não vou reter factos que directa ou indirectamente me implicam em termos de convivencia e conhecimento relativamente à pessoa em causa, seja em que situação ou circunstancia for, tal e qual como o Antunes da Silva também o faria, e o fez mas que alguém ardilosamente trtou de lhe quartar a sua liberdade de expressão, destruindo tudo quanto relatara de importante para as gerações futuras poderem entender a razão de ser de muitas e muitas coisas ocorridas na sua vida, e na vida dos que lhe foram próximos, como por exemplo eu.

A minha irmã conseguiu reter até hoje na sua posse um livro de poesia, que o meu pai foi escrevendo nos ultimos anos da sua vida, e que se me for dada a oportunidde vou dar à estampa para publicação integral e respectiva divulgação, pois nele retrata, de uma forma poetica, algumas passagens importantes da sua vida, muito bem vivida por sinal.
No entanto retive na minha memoria, alguns dos seus relatos pessoais por viva voz, mais marcantes e relevantes da sua juventude, que com maior ou menor exactidão vou tentar reproduzir, de uma forma o mais fiel possivel face à sua descrição pessoal.

As aventuras no Rio Douro, foram mais do que muitas, mas consegui memorizar os seus saborosos relatos das noites de "bailaricos" em Vila Nova de Gaia, que obrigavam a fugas pelos telhados de casa, acompanhadas de furtos de barcos para atravessar o rio. Esses barcos eram depois abandonados após a travessia, e no dia seguinte, pela manhã, bem cedo, o meu avo era acordado pelos pescadores, que já sabiam a origem do desaparecimento das suas embarcações, e vinham reclamar o facto de mais uma vez terem que se deslocar à foz do rio Douro, para reaver os barcos que por ali ficavam à deriva.
Invariavelmente, essas brincadeiras custavam umas "tareias" de cinto, e chegaram mesmo ao cumulo de obrigar o meu avo a mandar trancar as janelas do quarto do meu pai, com trancas de madeira pregadas, para o impedir de saltar para o telhado e dai para a rua, para se escapar para as festas e muitas outras ramboiadas sobretudo nocturnas.

Gostava de assistir a desporto na tv, mas era um homem que não tinha tempo nem paciencia para se deslocar a um estádio ou a um pavilhão desportivo, muito embora tenha praticado polo aquatico no Clube Infante de Sagres.
O que sempre foi um mistério para mim, foi o facto de nunca ter demonstrado alguma clubite por esse ou aquele clube desportivo, muito embora tenha sido atleta.

Verdadeiro campeão no jogo de dominó belga, e jogo de damas, abominava todos os jogos de cartas, no entanto adorava jogar ao Monopolio, e chegámos a jogar algumas partidas que duravam horas a fio, e ás vezes por mais de uma semana. O jogo quando era longo era interrompido e era fechado o tabuleiro no escritório, cerrado à chave, para ninguém lhe mexer nem fazer batota com as notas e edificações.
Quanto ao dominó; chegámos a jogar tardes inteiras, partidas a mais de cinco mil pontos, e ele não se cansava, embora tal como eu detesta-se perder, e nem a feijões o adimitia.

Na escola foi campeão de expulsões, umas vezes por causa da sua irreverência outras por causa da sua indisciplina escolar.
Num dos locais onde estudou, um colegio catolico, no centro da cidade do Porto, e segundo a sua descrição bastante rigoroso, em termos disciplinares, o habitual castigo eram umas tardes fechado no sotão. Numa dessas penitencias, foi colocado num sotão onde se encontravam caixas e mais caixas de fotografias de santinhos, a que chamavam na época "cromos". Hoje um "cromo" é um individuo bastante chato e irritante. Com o passar do tempo sentiu bastante vontade de resolver uma necessidade fisiologica impossivel de conter ou adiar por muito tempo. Resolveu bater na porta, afim de que as irmazinhas de caridade lhe permitissem uma ida rápida e eficaz à casa de banho.
Depois de muito bater, e como ninguém surgia para abrir a porta, e como a vontade apertava, resolveu encontrar a solução para aquele grave problema pessoal, mesmo ali, e depois de ter efectuado uma valente descarga dos seus intestinos, em cima de umas quantas folhas de santinhos, devidamente preparadas no chão para o efeito, e na falta de papel higienico, resolveu que a melhor solução seria limpar-se também a umas figuras de santinhos.
Assim fez! Pegou nos cromos e limpou-lhes o cú, e não contente com o ocorrido ainda resolveu armazenar a "cagada" dentro de uma das caixas de santinhos e deixou tudo aparentemento impecável no exterior do sotão.
Nos dias seguintes, como o cheiro nauseabundo vindo do sotão começou a impestar as zonas próximas, foram verificar o que realmente se estava a passar, e depararam com uma valente "cagada" armazenada em cima de um monte de figurinhas religiosas de santinhos, dentro de uma das caixas, acompanhadas de uns quantos cromos que serviram de papel higienico improvisado para limpar o cú.
O resultado foi a chamada imediata do meu avo, para verificar in-loco mais aquela ocorrência extraordinária do António, digna de um verdadeiro herege, e como resultado final obteve a obvia expulsão de mais um colegio, e mais uma tareia na chegada a casa.
Contava esta passagem da sua vida, ria sempre muito quando afirmava que por sorte sua os cromos do S. Francisco eram maiores, não sabia se o santo era mais alto do que todos os outros, mas que as imagens do S. Francisco davam mais geito para limpar o cú, lá isso davam, pois eram bem maiores e não existia o risco de se poder sujar as mão. Devia de ser um milagre de S. Francisco, dizia!

Anos mais tarde, foi operado ás varizes, na Clinica da Ordem da Trindade, no Porto, que era talvez a melhor clinica da cidade na época, mas era uma clinica religiosa, e mais uma vez teve problemas fisiologicos, e também mais uma vez não pode contar com a pronta assistencia por parte de religiosos que deveriam dar apoio nestas situações, mas pode conta com o apoio espiritual e da sua irreverente imaginação para solucionar mais este problema. Desta feita estava impedido pelos médicos de se levantar da cama no periodo pós-operatório, no entanto a vontade intestinal foi tão grande que, como ninguém respondeu prontamente para lhe fazer chegar uma arrastadeira, resolveu atender ás suas necessidades fisiologicas num bidé que estava mesmo à mão junto da cama, no quarto onde se encontrava instalado.
Para culminar, e depois de se ter arrastado pelo chão para resolver esse assunto, dessa forma, e como as fezes não se desfaziam com a água corrente, não encontrou melhor objecto para efectivar o desmenbramento dos dejectos, do que um crucifixo que se encontrava pendurado na parede, e que ele próprio já tinha reclamado várias vezes, contra a sua presença, uma vez que como Ateu não entendia a justificação da sua colocação ali. E desta forma, com a ajuda de um crucificado lá conseguiu desfazer todas as fezes que se encontravam depositadas no bidé.
Uma verdadeira herezia! Mas o Antunes era mesmo assim. Tanto utilizava os santinhos para limpar o cú, como o cristo crucificado par desfazer "merda" dentro de um bidé!
Quando as freiras descobriram o cristo atolado ainda em "merda"; foi o fim da picada! Mas ele com a sua habitual ironia e boa disposição aconselhou as senhoras a darem banho ao cristo em água quente ou morna, e colocarem depois um pouco de perfume, e recolocá-lo na parede, mas já agora só depois da sua partida do quarto, não fosse ele necessitar novamente dos seus serviços.
Quanto ao facto, ele achva que não devia ter sido tão penoso quanto o fora terem-no pregado numa cruz de madeira ao alto, e com um raminho de espinhos na cabeça, e ter ficado ao sol sem fazer nada. Ali pelo menos tinha tido alguma utilidade social, e só tinha a agradecer muito a sua ajuda solidária.

Nunca achou grande piada ao carnaval, tirando não perder pitada dos desfiles do carnaval do Rio de Janeiro, transmitidos em directo pela tv. Mas nos seus tempos de juventude, conjuntamente com um amigo que manteve por toda a sua vida, o Engenheiro Rendeiro, tio de um famoso hoquista do Sporting Clube de Portugal e da Selecção Nacional, Julio Rendeiro, e avo de um também conhecido economista, Presidente de um grande banco em Portugal, resolveram efectivar uma aposta com os restantes colegas de escola.
A aposta consistia em vêr quem conseguia "chiringar" um policia com uma bisnaga cheia de água.
Como os colegas mostraram algum receio, pelo facto de se tratar de uma autoridade, ele decidiu ganhar a aposta. Assim, preparou uma bisnaga, e não contente com o facto de a aposta ser para ganhar com umas "chiringadelas" de água, resolveu encher a bisnaga com a sua própria urina.
Escolheu um policia sinaleiro, numa das ruas principais do centro da cidade do Porto, e perante todo o pessoal da turma, aproximando-se do policia, deu-lhe um pouco de conversa, e quando entendeu que ele estava muito descontraido, zás, sacou da bisnaga e deu um valente banho de urina nos olhos e no rosto da autoridade, tendo todo o pessoal fugido em seguida, só que ninguém contava que estava outro colega do policia por perto, a observar a aventura. O mesmo policia acabou por capturar dois dos aventureiros, nada mais que o Rendeiro e o António, meu pai, sendo que o resultado foi uma ida directa para a esquadra, com a chamada telefonica para o meu avo comparecer para pagar a fiança, e efectivar a libertação do apostador "mijador" de policias na via publica.
Este episodio foi concluido com mais uma das muitas "tareias" que o meu pai apanhou, devido à sua constante vida de incontinente rebelde aventureiro.

Outra das muitas aventuras de carnaval, consistia em aproveitar o movimento das "madames" nas compras em lojas de moda de renome no centro da cidade do Porto, e com a ajuda de uns ovos podres, efectuar autenticas batalhas de tiro de um lado para o outro das ruas e avenidas, tendo como alvo as damas, em especial; as mais bem vestidas, e que se achavam no máximo da moda, quando as mesmas se assumavam ás portas das lojas para entrar ou sair, armadas em "peruas", dentro de vestidos mais próprios para noites de grande gala.
Era o delirio, pois segundo contava: elas ficavam além de sujas a cheirar pestilentemente mal, e todo o mundo se afastava delas tanto nas ruas como nos transportes. Por outro lado, as madmes hbitualmente chamavam os policias de giro, que não raras vezes eles eram presenteados também com uns tiros de ovo podre, certeiros, que ornamentavam de forma colorida e cheirosa, as suas fardas. Depois era a emoção total, com a adrenalina no máximo, e a correria geral, cada um para seu lado, com destino a casa, e tudo ficava por isso mesmo.
As "madames" é que sofriam orrores para poder regressar a casa, naquele estado lastimoso, a cheirarem a ovos podres e todas sujas!

As aventuras com a sua "turma" de escola eram na sua maioria inconfundiveis, tal o grau de incomodo que muitas causavam em toda a comunidade da época, nas zonas por onde se movimentava um grupo de amigos unidos e terriveis para a brincadeira, como aquele era.
No entanto, de entre todas as muitas aventuras, resalta uma que se tornou verdadeiramente epica: Eram as idas do grupo, à Estação Ferroviária de S. Bento, para acompanhar as despedidas dos "parolos", que iam viajar nos comboios do periodo da tarde, de regresso ás suas terrinhas do interior do Norte de Portugal, e que se debruçavam das janelas das carruagens, com os comboios já em andamento, a fazerem adeus aos familiares que ficavam nas plantaformas da estação. Era um acontecimento "desportivo" de alto gabarito a não esquecer para toda a vida.
Colocavam-se os participantes na aventura, estrategicamente distribuidos em fila no final da plantaforma de saida dos comboios, e aguardavam que os mesmos arrancassem, para depois iniciarem a distribuição de "chapada" por aqueles que mesmo depois de o comboio já estar fora do alcance visual dos familiares, ainda continuavam debruçados a olhar para trás e a fazer adeus.
Contava que era uma risota geral, pois os passageiros passavam de uma situação de despedida, com o adeus... adeus..., para outra de furia generalizada, ao serem "aconchegados", eu diria "presenteados", com uma inesperada lambada na cara na passagem pelo final da plantaforma da estação, ainda mais quando a familia que tinha ficado já para trás nem os conseguia já vêr, a receberem aquele presente de despedida.
Depois era o pessoal em grande risota que lhes dizia adeus, e então eles com o comboio a aumentar a sua velocidade, a lançarem para o ar, gritos de: "Filho da puta eu apanho-te; Cabrão vou-te partir os cornos; Eu conheço-te filho de um corno; outros nem diziam nada, ficavam atonitos apenas a olhar e a apalpar a cara no lado onde tinham levado a lambada, etc", e depois o comboio a afastar-se e o pessoal todo a dizer adeus... adeus..., aqueles "parolos" que tinham recebido umas despedidas com quantidade e qualidade reforçada!
Em outras ocasiões as "chapadas" eram substituidas por "chiringadelas" com água, durante a passagem das composições do comboio na ponta final da plantaforma. As reacções dos passageiros eram as mesmas, só que a risota muitas vezes ainda era maior, pois se conseguiam acertar as "chiringadelas" mesmo nos olhos, eles ficavam sem conseguir vêr nada uns segundos, e tornavam-se hilariantes as suas tentativas frustrada de tentar vislumbrar o que tinha acontecido, ou quem lhes tinha acertado com a água nos olhos.
Nunca, felizmente, aconteceu serem apanhados pelos familiares, pois na maioria das vezes só mais tarde tinham conhecimento do ocorrido. E como só repetiam a gracinha de tempos em tempos, não se tornava muito facil serem encontrados, ainda mais que em outras ocasiões escolhiam a Estação de Campanhã, ou da Trindade, para levar a efeito a hilarinte brincadeira.

As suas muitas venturas, nas inumeras escolas por onde passou, foram sempre alvo de muita risota geral, a quando da auto-apresentação dos relatos, muita vezes perante os intervenientes nas aventuras, quando se encontravam e reviviam as suas memorias, e em outras ocasiões perante os familiares e amigos.
Uma dessas suas ocorrências tem que vêr com uma sua professora do ensino primário, que perante algumas maroteiras ou falta de sapiência escolar por parte dos alunos, os castigava, colocando-os sentados no estrado, debaixo da sua secretária, expostos a toda a classe com um ornamento do tipo cabeça de burro na cabeça, para risota geral da restante classe.
Alvo de um desses castigos, o António, verificou que a professora possuia uma imensa camada de pelos desde os joelhos pelas pernas a cima. Comentou com os colegas que mais parecia uma mata cerrada de pelos compridos e negros, e que tinha tentado vêr mais alguma coisa acima, mas a negritude da densa "mata atlantica" atrapalhava totalmente a visibilidade.
Desde logo prometeu animar a classe, e que provocaria brevemente alguma acção negativa para ser castigado, para poder tentar confirmar melhor in-loco toda a situação e as suas suspeitas, sobre o uso ou não de cuecas por parte da professora.
Eles tinham conseguido espreitar a professora no wc a urinar, e para espanto geral ela "mijava" de pé, levantando somente um pouco da saia, e mais parecia uma égua a urinar, por isso eles terem fortes suspeitas de que não utilizava cuecas.
Por outro lado, uma vez, tiveram oportunidade de observar, na sala de apoio dos professores, algumas liberdades dela com um colega professor, que se encontrava totalmente encostado a ela, e quando escutaram ruidos, afastaram-se, e todos os presentes nessa ocasião tiveram oportunidade de vêr que ela se ajeitou um pouco, puxou a saia para baixo, e ficaram um pouco comprometidos, ainda mais que ele fechou apressadamente os botões da berguilha das calças, o que foi ainda mais misterioso na época, para todos os presentes.
Para levar a efeito a sua investigação, o António, precaveu-se e depois de muitas tentativas lá conseguiu o tão almejado castigo.
Também resolveu começar a transportar na sua saca escolar um espelho, para não voltar a ter dificuldades de visibilidade, por causa da "mata atlantica".
Chegado o dia do castigo, lá se colocou debaixo da secretária, com a senhora professora a continuar a dar a aula sentada à secretária, e ele movido do respectivo espelho, começou a inspeccionar o conteudo do interior da saia, quando para seu espanto verificou que se confirmavam as suspeitas, sobre o facto dela não usar cuecas. Com um imenso matagal de pelos pelas pernas acima, no entanto a zona do seu aparelho genital estava rapada, expondo à visibilidade total da sua área sexual no verdadeiro écran da sua engenhoca reflectora.
Segundo o seu relato, ela tinha uma penugem enorme somente rapada em volta da vagina, e que possuia uma visibilidade espantosa, tal o tamanho da sua "vulva" e daquilo que aplidou de "bordas" da vagina.
Para melhor animar os colegas, colocados nas primeiras filas da sala de aulas, resolveu colocar o espelho numa posição tal que possibilita-se também alguma visibilidade para eles, o que constituiu um verdadeiro espectaculo de luz e cor, e obviamente de risota geral na sala, perante o olhar intrigado da professora.
Foi o espanto geral, pois provávelmente quase todos os observadores nunca tinham visto nada igual, e nem a fixação dos olhares dos colegas para debaixo da secretária e os sorrisos marotos, levaram a professora a desconfiar sobre o que realmente estava a acontecer, e nunca por nunca poderia sonhar que a situação que estava a acontecer estava a fazer dela a actriz principal de um filme erotico.
Para concluir o espectaculo, o António, resolveu usar das suas pericias, e não resistiu em colocar a sua mão entre as pernas da senhora e arrancar um dos seus enormes pelos, para confirmar mais tarde factualmente o tamanho dos mesmos e também a sua aventura.
Foi a gritaria geral, para além da risota de todos os colegas presentes na sala, e também o facto de que com a situação clarificada e toda confusão terminada, ainda por cima deixou cair o espelho, perante o olhar atonito da professora, que nunca se imaginou a poder passar por uma situação igual.
A professora obviamente concluiu tudo quanto tinha acontecido, e colocou um ponto final naquela aula, chamou o meu avo, e o resultado final foi uma valente "tareia", para além de uns dias de castigo.
Entretanto regressado do castigo o António e os colegas passaram a ter uma autentica veneção pela sua professora, e sempre que podiam vigiavam os seus movimentos. Numa dessas suas acções de vigilancia, detectaram a ida da professora á sala do padre, que dirigia a escola, era um homem muito calado, sempre vestido de batina, aparentando cerca de 50 anos. Como a curiosidade matou o gato, não resistiram e arranjaram uma forma de conseguir espreitar para dentro da sala, ao colocarem-se em cima de uma mesa encostada a uma porta que estava encerrada mas tinha uma bandeirada de vidro na sua área superior. Dali podiam disfrutar de uma vista geral de toda a sala e não podiam ser vistos pois o posicionamento dessa porta era geograficamente como que um ponto cego para quem estava no interior. Puderam então presenciar um verdadeiro espectaculo erotico/sexual gratuito. O Padre não perdeu tempo e sem a batina estava todo nu, aproveitando para dar uma valente esticada em cima da professora, em cima da mesa grande de reuniões que estava no centro da sala. Valia tudo, e o padre na verdade não perdeu nada, até a sexo anal teve direito, para além de umas boas chupadas. O pessoal não perdeu pitada do "filme", e puderam então vêr ao vivo o imenso matagal da professora, para além de que possuia um par de seios que mais pareciam as tetas de uma vaca.
O Antunes contava que decidiu logo ali, naquele momento, que desse por onde desse ainda havia de colocar a sua mão na vagina daquela professora vacarrona, nem que fosse a ultima coisa a fazer na sua vida. Ora se o padre podia, porque carga de água ele não havia de poder, pelo menos dar-lhe um valente apalpão?
Entretanto o filme durou bastante tempo, e o padre satisfez bem as suas necessidades, inclusivamente até deu tempo para fumarem um cigarrito os dois, entre mais umas bombadas anais, e segundo o relato do Antunes, parecia que tanto a professora como o padre adoravam esse estilo especial, e ela não perdia pitada das investidas do padre por detrás, gritando sempre que queria mais.

O António, tal como tinha prometido a todo o grupo, não se deu por vencido nem convencido em relação a este assunto da professora. E como tenha sido colocado novamente de castigo no mesmo local, resolveu arriscar e numa jogada de antecipação aguardou a colocação da professora em boa posição, verificou que mais uma vez não tinha cuecas e zás, meteu a mão por ali fora até conseguir espetar um dedo, entre as "bordas" da própria vagina, da dita cuja, que segundo ele estava cheia de um liquido viscoso, que mais parecia esperma.
O resultado foi uma imediata lambada, a saida da sala de aulas por uma orelha, perante a risota geral, e nem adiantou ele dizer alto e bom som que se tivesse sido o padre estava desculpado, pois a professora ainda ficou mais irada. Posteriormente viveu mais uma intervenção directa do meu avo, com mais uma valente "tareia" bem como a expulsão de mais uma escola. O unico ponto positivo fora o facto de realmente ter cumprido a sua promessa, até mais audaciosa do que tinha prometido, e se ter visto livre de uns castigos com orelhas de burro que volta não volta surgiam, mas que agora tinham o seu fim difinitivamente.
Contava que, posteriormente, quando encontrava a referida professora, na rua, lhe perguntava publicamente e sempre em vóz alta se já tinha feito a barba aos "pintelhos" das pernas e se tinha menos langonha na "pachacha", e também se já usava calcinhas para o padre tirar, para dar amis um pouco de "tesão".
Ela ficava possessa e procurava sempre fugir, para bem longe, assim que o avistava, tal o medo de ser exposta à exibição e chacota publica.
Durante toda a vida, sempre o escutei a contar essa passagem da sua infância e juventude, e concluia sempre dizendo que em toda a sua vida nunca tinha visto uma mulher com uma "pintelheira" tão grande, para além de que achava que a senhora padecia de algum doença venerea n vgina, tal a "lngonhada" que tinha sentido com o seu dedo lá dentro, até p, mas quearecia que tinha tido algum orgasmo naquele momento.

Durante a sua vida, a vivencia do meu pai com mulheres foi sempre um factor determinante, e chegava mesmo a dizer que; se tivesse nascido mulher por certo andaria sempre com um colchão ás costas, para poder fazer amor/sexo com todos aqueles que aparecessem. Dessas muitas aventuras até ao seu primeiro casamento foi talvez um passo demasiado curto, e desse enlace nasceu o meu meio irmão João, esse meio irmão que por estranho que pareça tanta importancia viria a ter na minha vida pessoal a vários niveis, tanto emocionais como propriamente de relacionamento pessoal e de condicionante para o entendimento da minha vida.
Ele nunca gostava de referir nada com relação a esse seu casamento, excepto esse filho, de que ele no fundo gostava muito, mas que por orgulho não manifestava exteriormente. Deixava o seu carinho e amor pelo João, para pensamentos interiores mais profundos, e o tratamento mais afectivo para a minha mãe, que acabou por não desempenhar o seu papel de madrasta, mas de uma mulher mais do que de mãe.
Nunca soube porque terminou esse casamento, ou mesmo porque razão teve algum dia lugar. Se ela era uma mulher bonita ou uma mulher feia? Embora eu tenha conhecimento factual de que ele gostava muito de mulheres bonitas, muito embora muitas vezes em brincadeiras tenha dito que: "... para limpar um ferro em braza qualquer trapo (mulher) serve".
No entnto fiquei sempre com a ideia formada de que o Antunes da Silva, se tinha casado por uma questão de obrigação pelos motivos obvios de a ter engravidado, e dela lhe ir dar um filho, e como os meus avós eram religiosos e pessoas de palavra, por certo o tinham obrigado a honrar o seu acto.
Eu no entanto acho muito estranho, e não estou a vêr o Antunes da Silva que eu conheci, a aceitar ser obrigado a fazer, fosse o que fosse na sua vida.
Acho também que a razão da sua opção por retirar o apelido "Viana" do seu nome, tem algo a vêr com esse episodio da sua vida, pois ele nunca gostou mesmo nada de fazer algo contra a sua vontade, no fundo de ser contrariado, ele achava que tinha sempre o direito de proferir a ultima palavra, a ultima decisão, no entanto sabia reconhecer quando errava, mas a muito custo, diga-se.

Depois desse casamento, e de ter ido viver para a zona de Vizela, lançou-se no mundo, tendo ficado separado e não divorciado, pois que naquela época, em Portugal, não eram permitidos ainda os divorcios oficiais, e só eram permitidos em casos muito excepcionais, e com a autorização expressa do Papa. Somente muitos anos mais tarde, com a alteração da concordata, após o 25 de Abril de 1974, se oficializou o divorcio, curiosamente com a ajuda de um politico que se assumia ctolico, mas que também ele veio a viver esse problema, Francisco Sá Carneiro, com o seu romance com Snu Abecassis. E o Antonio José Antunes da Silva, já sem o sobrenome "Viana", pode, então após a revolução de Abril, ser considerado um homem livre, livre como sempre gostou de ser. Um Homem livre e Independente.
No entanto acabou por casar pelo civil, num cartorio próximo da igreja de Santo António em Lisboa, com a Libania da Conceição Massapina, muito embora ela não tenha adoptado qualquer dos seus nomes, e tenha acabado por falecer com o mesmo nome de nascimento e que o avo Massapina, lhe deu.
Da recordação desse dia, em que oficializaram a sua relação de muitos anos, já eu posso testemunhar, porque na verdade estive lá, e assisti à assinatura dos documentos, que ele sempre afirmava ter sido uma forma dela nunca perder os seus direitos.
Seja como for, uma verdade deve ser dita:
Esta decisão foi uma justiça, praticada para com a minha mãe, pelo Antunes da Silva, ao fim de tantos anos de união...

Nenhum comentário: