sexta-feira, 15 de junho de 2007

VII - BOLONHA E TURIM, O BERÇO MASSAPINA

A cidade de Bolonha foi fundada no seculo II a.c., e tem como seu maior exlibriz a sua universidade, nada mais, nada menos do que a mais antiga universidade do mundo, tendo por ali passado como estudantes figuras miticas, de entre outros Dante e Petrarca.
A Basilica de São Petronio é a sexta maior igreja do mundo, e constitui outro orgulho dos Bolonheses.
Quem hoje passa por Bolonha fica extasiado com a beleza de alguns dos seus palacios, e com monumentos como a Basilica de São Petronio, a Torre dos Asinelli ou o Palazzo Re Enzo.
Bolonha é a sede da Região Italiana da Emilia-Romana, tem actualmente cerca de 370.000 habitantes, e esta situada na região centro norte de Italia, possuindo uma importancia fundamental nas comunicações terrestres e maritimas da Italia e da Europa, como centro motor das comunicações entre o Norte e o Sul.
Politicamente navega nas ondas da esquerda socialista, sendo no periodo monarquico desde logo um importante centro republicano, dai o facto estranho de no final dos anos 1800, os Massapina serem origináriamente monarquicos, afectos à Casa de Saboia, e estarem divididos entre duas cidades, Turim e Bolonha.

A cidadde de Turim é a capital da Região do Piemonte Italiano, situada junto à extremidade ocidental do Rio Pó. Actualmente é uma das cidades mais importantes de Italia, capital da industria automovel, graças a importantes marcas ali instaladas como a Fiat. Hoje com os seus cerca de 908.000 habitantes, para uma área de 130 km2, pode gabar-se de já ter sido a capital de Italia de 1861, até 1864, curiosamente na época da vinda dos Massapina para Portugal.
Esta coincidencia proporciona a ideia mais do que provável da origem, naquela zona de Italia, de um dos ramos da familia Massapina.
Após 1864, a capital Italiana passou para Florença, e mais tarde retornou a Roma, mas mesmo com esta perca de importancia administrativa, Turim desenvolveu-se e, o incremento economico e industrial nunca mais parou, tornando-se na segunda cidade mais industrial de Italia, logo a seguir a Milão.
Um desses exemplos de grandiosidade industrial, ainda hoje pode ser visto, é o edificio Lingotto, que já foi a maior fabrica de automoveis do mundo e hoje esta transformado num importante espaço cultural da Europa.
Falando de Cultura, a cidade de Turim alberga o famoso "Santo Sudário", para além dos inumeros monumentos e bonitos palacios.
Por outro lado Turim é a sede do meu clube futebolistico do coração, mais conhecido pela "Velha Senhora", no final desta época desportiva a Juventus de Turim, vai passar a ser o unico clube do mundo que detem todos os titulos possiveis, tanto a nivel internacional como nacional em Italia, pois devido a um escandalo desportivo, foi rebaixada para a série B do futebol italiano, mas vai sagrar-se campeã e retornar à série A, tornando-se, de novo, no próximo ano, numa seria candidata ao "Scudetto", que já conquistou inumeras vezes, sendo a equipa detentora do maior numero de titulos de campeã nacional Italiana.
Desde que me conheço que admiro aquele time, e tal como o Sporting Clube de Portugal, eu não encontro explicação para essas minhas opções clubisticas.
É bom também não esquecer, em termos desportivos, que Turim já albergou Jogos Olimpicos, sendo portanto uma Cidade Olimpica na verdadeira razão da palavra, e também, não se pode esquecer que Turim tem no seu outro grande clube o "Torino" uma razão de não mais se esquecer que existe um destino e a historia não se apaga, passem os anos que se passarem sobre algum faacto.
Num desastre de aviação, em que o avião embateu numa montanha já próximo de Turim, dessa forma tragica, o Torino viu desaparecer numa só noite toda a sua equipa de futebol, bem como grande parte da Selecção Nacional Italiana da época. E tudo isto após um jogo contra o Benfica em Lisboa, e na viagem de regresso, e mesmo assim a Italia voltou a sagrar-se Campeã do Mundo de Futebol. Quanto ao Torino tornou-se numa chamada equipa amaldiçoada, e nunca mais ganhou nenhuma competição futebolistica a nivel nacional ou internacional, é assim o Torino, memoria, historia, tradição.

Penso que existiriam pelo menos duas correntes na familia Massapina, os Monarquicos em Turim e os Republicanos em Bolonha.
Até à bem pouco tempo toda a familia em Portugal pensava que as suas origens provinham de Bolonha, eu vim a descobrir que não é bem assim, com factos comprovados, de forma inequivoca pela historia de quatro gerações e também pela origem dos primeiros Massapina em Portugal.
Tenho no entanto que respeitar os estudos feitos pelo meu ilustre amigo e primo Vasco Massapina e também pela minha irmã Alcina, que tem e apresentam argumentos diferentes dos meus, e que cimentam cada vez mais a ideia das duas correntes existentes em Bolonha e Turim, e uma provável terceira ligada a Garibaldi, e a historia de dois irmão fugidos ás revoluções constantes em Italia.
Na realidade apurei que Libanio e Fabiola, eram Monarquicos e trabalhavam para a filha do Principe de Piemonte, Victor Emannuel, que em 1849 foi aclamado Rei da Sardenha e em 1867 foi aclamado Rei de Italia.
A Princesa Maria Pia de Saboia, nasceu em Turim a 16 de Outubro de 1947, e com apenas 7 anos de idade viu falecer a sua mãe a Arquiduquesa D. Maria Adelaide Francisca Reinero Elisabete Clotilde, tendo ficado entregue aos cuidados da Condessa de Vila Marina.
Em 1862, precisamente 100 anos antes do meu nascimento, a Princesa Maria Pia de Saboia, foi pedida em casamento pelo Principe Real de Portugal, D. Luis, tendo o casamento sido realizado por procuração em Turim em 27 de Setembro de 1862, tendo a jovem Princesa, e que posteriormente viria a ser Rainha de Portugal, embarcado para Portugal no dia 29 de Setembro, desse mesmo ano.
A partida para Lisboa foi efectuada no Porto de Genova, e a aventura dos Massapina em Portugal começa ai. Ele, Libanio como Enfermeiro particular da futura rainha de Portugal, e ela, Fabiola como Aia da futura Rainha de Portugal. Embarcaram por certo na Corveta Bartolomeu Dias, onde viajou a Princesa Real, embora esteja registado na historia, para a posteridade, que do Porto de Genova partiram ainda as Corvetas Portuguesas Estefânia e Sagres e as Corvetas Italianas Maria Adelaide, Duque de Genova, Italia, Garibaldi e o Vapor Aviso Anthion, tendo toda esta esquadra chegado a Lisboa no dia 05 de Outubro de 1962, (ironia ser no dia 05 de Outubro, data importante para Portugal e para a própria futura Rainha, anos mais tarde), tendo esta esquadra tido sido aguardada na entrada da barra pelos Vapores de Guerra Lince e Argos e pelos Vapores de Comercio A. Antonia, D. Luis, Açoriano e Torre de Belém.
A Corveta Bartolomeu Dias fundeou em frente de Belém, indo logo a bordo o Principe Real D. Luis, o Rei D. Fernando, o Conselho de Estado e outras altas individualidades da Monarquia Portuguesa daquela época.
A chegada a terra portuguesa só foi oficializada no dia 06 de Outubro, desse ano de 1862, com a recepção a acontecer no Terreiro do Paço, em Lisboa, tendo inclusivamente tido sido construido um pavilhão com a replica do Templo de Hymineu, tendo, segundo reza a historia, nos frizos as seguintes inscrições, feitas por António Feliciano de Castilho:

- Do Lado Norte - Da bela Italia Estrella Soberana sejães bem vinda à Patria Lusitana;

- Do Lado Sul - Filha de Reis Heroes, de Reis Heroes origem em nova Italia os ceus throno D'Amor te Erigem.

A festa foi enorme, com cortejo até à igreja de S. Domingos, onde se procedeu à cerimonia de ratificação do casamento e se cantou um solene "Te Deum", composição do Maestro Manuel Inocencio dos Santos, tendo-se seguido 3 dias de festas, com brilhantes iluminações paradas, fogos de artificio, e recitas de gala no Teatro D. Maria, com o drama histórico em 5 actos de Mendes Leal, "Egas Moniz", e no Teatro S. Carlos, a Opera "Emni" de Verdi.
Esta foi a ultima grande festa de casamento da Monarquia Portuguesa, pois o casamento do Rei D. Carlos, já não teve tanto brilhantismo.

Os Massapina, chegam assim a Portugal no ano de 1862, para se radicarem como Enfermeiro e Aia da futura Rainha D. Maria Pia de Saboia.
Penso que vem dai a obstinação de sempre dos Massapina, em defenderem contra tudo e contra todos, aquilo em que acreditam.
Ou o convite foi muito tentador, ou o seu apego a D. Maria Pia de Saboia seria grande, ou a situação em Italia estava de tal forma degradada em termos de ideologia monarquica para terem aceite tão honroso mas ao mesmo tempo desafiante convite.
É desta forma que os descendentes Massapina em 5ª geração chegam a Portugal, e iniciam a espansão da familia por estas bandas.
Segundo relatos escritos da minha mãe, a que somente agora tive acesso, e a que vou dedicar um unico capitulo; o velho Libanio foi um dos responsáveis pelo seu nome Libania, conjuntamente com um tio do meu avó, portanto tio-avo da minha mãe, também de nome Libanio, que era Oficial da Marinha, e que participou na grande caçada ao heroi africano "Gongunhana" e que veio a falecer como um heroi ao serviço da nação Portuguesa, em combate no alto mar. Em sua Homenagem o avó José Francisco Massapina, decidiu que o primeiro filho a nascer em seguida se chamaria Libanio, só que veio ao mundo uma moça, e dai nasceu a Libania da Conceição Massapina, sendo que Libania é um nome muito pouco comum em Portugal.
Vi um dia uma foto desse heroi de familia, era um homem alto, arruivado, olhos verdes grandes, e de farto bigode, com uma compleição fisica de fazer inveja a qualquer grande atleta. Não deixou, que se tenha conhecimento, descendentes directos.

Em Italia, na idade média, surgem as corporações medievais para fazer oposição ao próprio estado medieval. No final do seculo, a luta social era feroz, na zona de Bolonha, com um comercio e industria fortes inicia-se o despontar dos Sindicatos, e o apróximar do final do regime Monarquico. Curiosamente a Monarquia só termina por referendo, e o ultimo Rei foi Humberto II de Italia, que reinou até 1946, antes dele reinaram Victor Emannuel III, Humberto I e Victor Emannuel II, Pai de D. Maria Pia de Saboia.
O primeiro Presidente de Italia foi Alcide de Gasperi, e teve uma curta presidencia, pois durou tão somente 17 dias, mais precisamente do dia 12 de Junho de 1946 até ao dia 29 de Junho de 1946, a que se seguiu Enrico de Nicola até 11 de Maio de 1948.
A Princesa de Italia e Rainha de Portugal, D. Maria Pia de Saboia, bem como os primeiros Massapina em Portugal, assistiram a factos muito importantes para a historia de Italia, de Portugal e do Mundo, o Regicidio em 01 de Fevereiro de 1908, com a morte do então Rei D. Carlos e do Principe Real D. Luis Filipe, e também a proclamação da Republica em 05 de Outubro de 1910, para além de todas as convulsões sociais que se viviam em Italia e na Europa da época.
Desconheço o fim desses primeiros Massapina, sabe-se no entanto que a Rainha D. Maria Pia de Saboia, veio a falecer na sua terra natal, Turim, em 05 de Julho de 1911, podendo suspeitar-se com alguma probabilidade de veracidade, que esses primeiros Massapina a tenham acompanhado até aos seus ultimos dias, falecendo também em Turim, deixando no entanto a semente aqui em Portugal, pois os seus descendentes, nomeadamente ela ficou como Enfermeira do Rei D. Carlos e da Rainha D. Amélia, esses eram os massapina da 4ª Geração anterior à minha e deram lugar a Maria Antónia Massapina minha Trisavó pelo lafdo paterno e que foi casada com Henrique Ferreira da Silva, que por sua vez foram os pais da minha Bizavo, Maria Albertina de Sousa Freire Massapina, casada com um primo, meu Bisavo de nome José Augusto Massapina.
O que esta provado e comprovado é a descendencia que ficou em Portugal, de que eu próprio sou um exemplo, para além de várias dezenas de Massapina's, que embora de vários ramos da familia, todos descendemos do saudoso Libanio e da Fabiola, que um dia embarcaram no Porto de Genova e rumaram a Portugal, tendo-se posteriormente espanhado o nome, Massapina, um pouco por todo o Mundo.

A casa de Saboia, ainda hoje existe, mas os seus membros até 2002, estavam proibidos legalmente de entrar em Italia.
No final dos anos 40, devido ao finalizar da IIª Guerra Mundial, e à confusão que ficou instalada no País com a morte de Mossulini, e a destruição de práticamente todo o sector produtivo, e a desorganização e desunião, que ainda hoje se sente, entre o Norte rico e produtivo e o Sul pobre e deserificado, levou os Americanos a tentarem impor a via da Monarquia para tentar reorganizar o País, tal não se concretizou e na realidade o que veio a acontecer foi o desenvolvimento por toda a Italia da "Mafia", tanto a Norte, como no Centro em Napoles e no Sul em especial na Secilia, onde se tornou um factor de participação social.
O "Sindicato do Crime" organizou-se de tal forma que passou a controlar a economia, criando o seu próprio sistema economico, com impostos próprios e com a sua lei do mais forte a imperar.
Passados tantos anos, a situação sofreu algumas mudanças, mas continua a ser um factor determinante a importancia da "Mafia" e da "Camorra" na vida diária Italiana, pois nada nem ninguém conseguiu até hoje acabar difinitivamente com a importancia das "Familias" na sociedade, e de politicos a simples e anonimos italianos, até mesmo no interior do Vaticano, tudo tem um pouco o dedo da "Mafia" infiltrado.

A importancia do nucleo central da familia na vida social é derminante, e os codigos de honra ainda hoje fazem decidir muito da realidade italiana actual, e das familias de ascendencia italiana no exterior.
A Italia é o País da Europa onde os filhos % mais tarde saiem da casa dos pais, isso demonstra a importancia da familia como centro aglutinador social.
Por outro laado em algumas regiões continua a imperar a tradição de que o filho mais velho tem que um dia tomar conta dos negocios da familia, nem que para isso tenha que largar toda a sua vida profissional do momento.
Por outro lado os italianos da provincia gostam muito de um dia retornar à sua terra natal, e ali acabarem em paz os seus dias, é uma questão de tradição, tal como é uma tradição a questão do codigo de silencio "omerta" e o facto de para se celebrar um acordo valer mais a palavra dada do que mil assinaturas, no entanto se alguém falhar o acordo, fiquem certos de que mais dia menos dia vai correr sangue para se fazer justiça. No entanto existe uma profunda lealdade no aviso de que se vai fazer e justiça, pois um Italiano avisa sempre que vai fazer justiça, existe mesmo a tradição de enviar ao condenado ou infractor uma encomenda contendo um peixe podre enrrolado numas folhas de papel de jornal. Quem recebe esta encomenda fica a saber que esta encomendada justiça para a sua pessoa e inclusivamente a sua mais do que provável morte. Quando ou como vai acontecer, essa resolução, não se sabe, mas que a justiça vai ocorrer isso é certo.
O querer, a vontade de vencer custe o que custar, tem feito do povo Italiano por um lado um martir, mas por outro um povo que joga tudo na sua vida para ganhar sempre, para ser um vencedor, e este lema foi-me transmitido pela minha mãe e também pelo meu avó, que nos seus ensinamentos me deixaram maximas que até hoje não esqueço:

"Luta sempre para ganhar. Luta sempre para seres o primeiro em tudo o que faças na vida, se fores o segundo dá os parabens ao primeiro, porque foi melhor do que tu, e merece ser aplaudido, porque devemos saber ganhar e perder na vida, mas fica certo de que foste o primeiro dos vencidos, o primeiro dos ultimos"

"Nunca tentes a perfeição porque ela não existe, é uma utopia, mas tenta ser o mais perfeito e organizado possivel, em tudo o que fizeres na tua vida"

"Lembra-te sempre que a familia é o centro de tudo, a familia esta sempre primeiro do que tudo. Se decidires algum dia romper com a familia, sabe que vais ser excomungado por essa decisão. Mas constroi outra tão ou mais forte do que a que destruiste, ou perdes-te, mas nunca vivas sem fazeres parte de uma familia. Se ficares isolado até os lobos, durante o dia, te podem comer"

"Escolhe os amigos com cuidado e com lealdade, mas nunca perdoes a traição de alguém que se te dizia teu amigo"

"Procura ter os amigos perto, mas mais perto ainda os inimigos para os poderes vigiar e controlar"

"Todos os anos, efectua uma avaliação daqueles que merecem continuar a acompanhar-te na jornada da vida, e não tenhas qualquer pudor em cortar relações com quem não merece a tua confiança pessoal. Separa os amigos em dois grupos: os com (A) maisculo, que são aqueles por quem deves dar a vida se necessário for, porque eles por certo farão o mesmo por ti. E os outros com (a) minusculo, que não são mais do que conhecidos, e que nunca te podem ser leais na vida, e não merecem que percas muito tempo e recursos"

"Nunca te percas em pormenores na vida, pensa sempre no global, e sempre que te pensarem derrotado, respira fundo, dá um passo atrás para depois no primeiro momento oportuno dares dois passos em frente e venceres com coragem e caracter"

"Nunca percas o teu caracter, a tua personalidade, a tua maneira de ser. Muitos vão tentar ao longo da vida moldar-te aos seus gostos, mas tu para o mal ou para o bem deves sempre, mas sempre, seres tu próprio, e não outra pessoa em que te queiram construir"

"Nunca deixes de fazer justiça, custe o que custar. Na primeira oportunidade vinga o que ficou por resolver antes, e não tenhas medo nem vergonha de seres vingativo, pois sempre que não fizeres justiça o inimigo vai chegar-se a ti, mais forte do que antes e pode atentar contra a tua segurança. Assim que puderes liquida-o como se de uma "cobra" se trata-se, não podes ter piedade ou contemplações, pois a piedade é um braço escondido do medo e da derrota, e não podemos ter medo de nada nem de ninguem"

"Nunca faças nada de cabeça quente, pára uns minutos, pensa, e hage de acordo com o teu raciocinio frio e calculista. Mas procura nunca ser oportunista ou injusto, pois não existem piores defeitos na vida do que a injustiça e o oportunismo"

"Não tenhas piedade de quem te fez mal. Observa todos aqueles que tiveram piedade de alguém, e verás que todos vieram a ser abatidos pelo inimigo por quem tiveram um dia o dom de absolver. Mas faz justiça digna dos homens de caracter, e nunca te esqueças de que quem com fero mata com ferro morre, por isso se tiveres de matar, na hora de matar nunca falhes"

"Nunca tentes fazer algo apressadamente, para não te arrepender mais tarde de ter feito mal. Não te esqueças de que devagar se vai ao longe"

A minha mãe dizia-se Catolica não praticante, mas eu desde tenra idade que me assumi como Ateu, mas se observar tudo quanto me foi dizendo ao longo da vida, bem como o pouco ou muito que o meu avó me transmitiu em termos de ensinamentos, quando eu era ainda criança, fico sempre com duvidas sobre a cristandade dela. Acho que era mais uma pessoa justa na medida certa, e que pecava muitas vezes por ter medo de aplicar a justiça.
Em relação a ele sei que era Republicano dos sete costados, e está escrito na história que Republicanos e pessoal da batina e da biblia debaixo do braço nunca se deram lá muito bem. Por isso em relação a ele fica tudo esclarecido, era um homem justo, rigoroso, bondoso, não caritativo mas amigo de ajudar aqueles que mais necessitavam, e procurava sempre ensinar a pescar e não a dar o peixe directamente, pois dizia que: "... quem vai dando peixes, e não ensina a pescar, um dia não vai ter mais peixes para dar, ou comer, e aquele que os recebe não vai nunca mais aprender a pescar, vamos assim acabar os dois por morrer à fome, eu por não ter mais peixe e ele porque não os sabe apanhar"
Em relação a ela, nunca a vi ir a uma unica missa. Não sei se rezava, sei que era apreciadora do Padre Cruz, e em relação a Fatima e Maria, olhava como qualquer credulo da Igreja Catolica, para o assunto, mas sem andar a fazer viagens de fé ao "supermercado da Cova da Iria", e estava convicta de que Salazar e Cerejeira tinham aproveitado muito bem uma historia antiga, muito bem contada, para deixar os Portugueses a pensar noutros assuntos, que não os problemas concretos do Portugal dos anos 60 como por exemplo a Guerra Colonial, a Emigração para fugir à fome e miseria, a pobreza e analfabetismo do interior esquecido.

De Salazar e Cerejeira e dos anos 60 em Portugal, a decada do meu nascimento, muito existe para falar, mas o importante é analisar e verificar as raizes Italianas dos Massapina, em termos de País de origem e Regiões, e a importancia da origem da sua plena integração na sociedade Portuguesa daquele seculo, e as raizes que deixaram em Portugal e que hoje se estendem um pouco por todo o Mundo, sendo que eu próprio sou hoje um exemplo dessa expansão geografica, iniciada num dia do ano de 1862 no Porto de Genova.

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