sexta-feira, 11 de abril de 2008

XXXVI – UM SONHO UMA NOVA VIDA

“Meu amor, se exposto em out-door gigante, fatalmente será confundido com slogan de refrigerante”
‘Adeildo Vieira’

O amor é um destino pessoal que eu; como nunca tinha acontecido na minha vida; ajudo a construir. É sem duvida alguma algo que considero, neste particular momento da minha vida, sinônimo de maravilhoso, desafiador e obviamente deveras desafiador e ao mesmo tempo aliciante.
Nunca como agora a minha vida atingiu um patamar simultâneo, tão grande de felicidade e de angustia, para conseguir transformar em realidade alguns dos meus sonhos pessoais do momento.
Há dias fiquei obstinado com um pensamento exposto em partes de um artigo muito bonito do jornalista Carlos Aranha, como que adivinhando o meu estado de alma, ele que também tal como eu também esta a sentir como nunca acontecera antes; a sua vida como algo finito, e encarando a vida e a morte como a alma mãe de toda uma existência. Nesse maravilhoso trabalho consegue como que ler e transmitir tudo o que vai atualmente, na minha mente, e de tal forma plena o faz, que nem o titulo escapa a esta plenitude de sentimentos:
‘De pleno amor’
“As mulheres, quando não carregam a sombra negra do ciúme, nem quando são servis, dão um toque de suavidade necessário á rispidez desabrida dos insensatos. Suas curvas são belas não somente porque são feitas em carne de qualquer cor, mas porque reforçam a convicção de que o mundo não é horizontal. A sensualidade de cada mulher é para provar que tudo pode ser côncavo ou convexo. E para nós, para respirarmos o mundo, o prazer (e ás vezes a dor) de vive-lo, saímos exatamente do útero.
Mais simbólico, há?”
Claro que estou apaixonado como talvez nunca tenha estado na minha vida. Claro que anseio muito por poder viver esta minha paixão.
E obviamente que depois de muitas mulheres, sempre mulheres de muitas línguas, classes e mesmo cores, tal como os poetas descrevem, como poderia eu ainda sentir uma tamanha paixão, que tal qual surge, até que parece a primeira?
Pois não sei como acontecem as paixões, mas que surgem como uma bomba, algo imaterial que muitas vezes nem se sente ao tacto das nossas mãos, que não tem dia nem hora para detonar, disso eu tenho a certeza.
É a bomba da vida, não que outros amores tenham sido fugazes aventuras, não, alguns não o foram, mas este é diferente, é total, consequentemente sentido e compartilhado. E amar tornou-se de repente algo diferente, construído como uma entrega única sem submissão, com plena consciência de que é aquilo que quero, é aquilo que sinto querer, e por tanto, é por isso que vou lutar.
Nunca na minha vida me senti tão pai sem ser, mas querendo ser pai rapidamente, como que para completar um ciclo que temo se feche rapidamente e sem uma completa conclusão, sem conseqüente objetivo dinástico.
E seguindo mais uma vez as sabias palavras do meu amigo Carlos Aranha, que infelizmente não tenho ainda o prazer de conhecer pessoalmente, acho que a vida não é mesmo vida sem que se possa deixar outra vida.
Eu fui sim egoísta, usei o corpo feminino muitas vezes para prazer e só agora consegui escutar o meu intimo, entender-me e sentir o que é a felicidade que tanto busquei e acabei por descobrir.
“O homem que passa uma vida inteira na terra e propositadamente, porque autoritário, apenas usa o corpo feminino para seu prazer sexual, e não conhece ao menos uma mulher em sua plenitude, desconhece o próprio sentido da maternidade. Ou seja: do ventre de onde saiu”
Como que adivinharam o meu pensamento, a minha ânsia, o meu encontro final com a felicidade.
Não! Não vou morrer.
Não!!!
Eu na verdade sei que um dia irei morrer fisicamente, tenho total consciência e certeza disso, mas não tenho medo disso, em termos físicos. O que eu realmente temo. O que eu tenho verdadeiramente medo é de que possa passar para esse estado comatoso, fatal, tão rápida e inesperadamente, que não tenha tempo de concretizar a minha paixão, o meu sonho.
Como tudo na vida, eu por vezes sou exagerado na compensação de muitos prazeres. É como beber toda a cerveja, e apanhar um imenso porre, só porque nos apetece, bombardear o corpo com absurdos exageros.
Não existem duas mulheres grávidas.
Sei que é isso que mentalmente estão a entender das minhas palavras sobre exagero, mas não. Não existe ainda nenhuma mulher grávida, mas foi fundamental ocorrerem essas situações para eu me conseguir encontrar comigo próprio, e agora perante este meu novo quadro pessoal, sentir que tenho quase o mundo nas palmas das minhas mãos, e tal como escreveu; Ligia Maria Ourique, tenho múltiplas opções:
“Cada um extrai da vida aquilo que condiz com o seu atual interesse e realidade interior. Se um Botânico, um Paisagista, um Engenheiro, Um Pintor e um Jardineiro estiverem caminhando num mesmo jardim simultaneamente, terão todos; impressões diferentes entre si.
O que um observa de um modo, o outro observa de outro, o que chama a atenção a um, poderá passar despercebido ao outro e assim por diante. Por isso, o mundo; aqui mesmo onde estamos. (O mundo aqui mesmo onde eu estou neste momento), independente das evidencias do padrão coletivo, pode ser para cada um, individualmente, um purgatório ou um paraíso.
Há alguns, um pouco insensatos e imprudentes, que se machucam com os espinhos da rosa e irritados a jogam de lado. Há outros, mais atentos e de boa paz, que optam por não brigar com eles, preferem segurar a rosa com jeito e compartilhar do seu perfume e beleza. A flor pode ser a mesma. Mas a opção, é: sempre múltipla, de acordo com cada um.”
Tem toda a razão do mundo a Ligia, a flor pode ser a mesma, mas a opção é sempre de acordo com a opção e sensibilidade pessoal de cada um.
E eu talvez sem me aperceber, já tomei a minha decisão, uma opção das mais importantes da minha vida que foi conseguir entender os diversos porque’s, de em 1961, alguém também ter tomado uma decisão que teve mal ou bem como resultado a minha gestação e a oportunidade de ter sido dado á vida.
E agora mais de 45 anos depois, eu mesmo, no mesmo tempo que descubro esse segredo. O grande segredo da minha vida, da razão de ser de aqui estar, consigo descobrir que tudo se resume a uma simples palavra – Vida!
Sim o segredo da minha vida é o segredo da descoberta da tão procurada felicidade, nada mais, nada menos que – Vida!
A vida é assim algo tão precioso e funciona como uma roda que gira e contorna o tempo, como centro de tudo e tal como a moda, muitas vezes se repete ciclicamente transportada na sua rotação para outras vidas.
Ao longo de mais de metade da minha vivencia neste mundo, os sentimentos e os afetos eram sempre registrados por impulsos determinados pelo conhecimento inconseqüente e inóspito da vivencia passada.
Para mim sentimento e razão eram como que uma batalha no meu cérebro tendo como razão principal a minha própria existência, com a tal pergunta constante que fazia a mim próprio:
Mas quando e por que?
A descoberta recente de que o coração realmente não engana foi para mim algo feliz e ao mesmo tempo angustiante.
Pelo lado da felicidade a confirmação de que o coração não engana, de que o meu coração nunca me enganou, embora eu estivesse muito longe em termos de razão de conseguir encontrar a tal solução final, a solução final do mistério da minha existência, a solução genética da minha vida.
Pelo lado da angustia, o receio de que a descoberta fosse ainda mais intrigante do que a própria pergunta e a constante e persecutória ignorância de anos e anos da minha vida.
E assim acabou por chegar tudo ao mesmo tempo á minha vida, as respostas da origem da felicidade, da origem do porque e a sua resposta e o sonho, quem sabe se não um dos últimos sonhos da minha vida, agora que consegui descobrir tanto e entender como fazer para entender a própria vida.
Algo que eu até á pouco desconhecia e que era motivo de continuas buscas.
Não encontro qualquer explicação para o quanto é importante na minha vida atual a presença de uma mulher, não tem explicação o sentimento profundo de alguma dependência emocional que me acompanha e tudo o que quero é simplesmente viver!... Viver!...
Viver o mais possível e se possível compartilhar esse meu desejo com alguém que soube descobrir esses meus sonhos.
Sonhos de vida, de constituir uma nova família real e ajudar a criar uma nova vida, no fundo fazer girar mais ainda a roda da vida!
Mas realmente eu volto a ser egoísta. Para mim a vida neste momento tanto podia ser vivida com esta mulher como com outra, desde que ela saiba entender o sonho de uma nova vida.
No fundo aquele sonho que martela a minha cabeça, minuto a minuto, hora a hora, dia a dia, sem parar.
Chego a temer a possibilidade de poder endoidecer, simplesmente por causa de um sonho.
“Enquanto o mundo pira eu paro para pensar no que fazer.
No meio da força eu faço força para não me arrepender.
E mesmo se estou cego eu sigo.
Um dia quem sabe eu venha a ver clara e elegância!
‘Zeca Baleiro’
A minha vida é neste momento uma grande imagem projetada do pensamento deste poeta cantor. Se existe algo que retrata muito bem de forma clara e precisa a minha forma de estar atual, e de certa forma a paralisia e cegueira que me tem afetado nos últimos meses. O tempo que precisamente tem consolidado completamente as alterações á minha concepção de uma; certa e determinada vida de mais de quatro décadas e meia.
Mas será que foram só; os últimos meses em estive mergulhado nesta aparente cegueira, será que foi só durante a minha estadia aqui por terras do Brasil que estive mergulhado nessa cegueira aparente, ou será que aqui ela se agravou de tal forma, que ao reabrir os olhos, passei a ver o mundo de; uma outra forma, de um outro jeito. Ou será que não criei durante grande parte da minha vida uma concepção muito própria e somente agora defini uma autodestruição de que a concepção do conhecimento era uma atividade até aqui restrita a formas herméticas, complicadas e por mim mesmo pré-determinadas.
Simples fatos que até aqui distanciavam dos objetivos proporcionando, no entanto, uma visão enriquecedora da vida e da realidade vivenciada no dia-a-dia, mas com resultados práticos muitas vezes desastrosos para a minha vida pessoal como, por exemplo, um casamento inconseqüente de 18 anos, em que no final nada restou exceto uma amizade. Nada ficou de pedra sobre pedra, e nem mesmo uma raiz de ligação com o futuro foi possível frutificar de duas décadas de relacionamento.
Hoje mesmo, eu verifico com estranheza como foi possível vivenciar quase duas décadas da minha vida com uma pessoa com a qual não sinto absolutamente nenhuma identificação, tirando algumas cumplicidades pessoais, sobretudo devido a uma atividade política intensa.
É mesmo verdade que enquanto o mundo pira eu paro para pensar no que fazer. Indago o meu inconsciente e tantas e tantas vezes, procuro uma lógica dentro das teorias de Freud e também do Filosofo Alemão Martin Heidegger, para justificar-me a mim próprio, mas acabo por nada encontrar de lógico. Não encontro nada como se a vida pudesse ser o conjunto da soma de várias lógicas, que de lógica obviamente nada tem, o que como todos sabemos não é de forma alguma real.
A vida tem realmente uma razão de ser e uma lógica.
Chegar até aqui é já a soma de inúmeras lógicas.
A complexidade do homem como ser até ao centro do universo é estruturalmente baseada no seu comportamento, e esses fatores são inquestionáveis, portanto o que me posso auto questionar é se na realidade tenho ao longo da minha vida, conseguido interpretar corretamente o meu comportamento, e ai sim me questiono tantas e tantas vezes com resultados práticos de análise, não como ultimamente, em que me quero analisar a mim próprio sobre longos períodos, o que em termos de resultados nunca pode ter grande finalidade.
Paro então, e faço uma interpretação ao meu consciente e entro, entro quantas e quantas vezes no meu próprio inconsciente e observo como que a achada culpa com base numa visão quase cientifica baseada numa identidade de, comportamento, papel, psique, emoção, paixão, sentimento, consciência, fator inconsciente, recalque, compensação, norma, ideal, sujeito, patologia, neurose, individualidade e mesmo originalidade para não falar também no amor próprio e quantas e quantas vezes orgulho em excesso. Sei bem que são tudo conceitos chave, para a compreensão essencial do acesso, as formas mais desenvolvidas, ao meu auto-reflexivo balanço de uma vida e no final; obtenho um saldo de falhas, muitas falhas e omissões, obviamente que ninguém é perfeito, mas eu deveria ter sido um pouco, para não dizer muito mais rigoroso e em termos de maximização de ótimo. Eu devia ter sido mais conseqüente e exigir-me muito mais comigo próprio.
Hoje a mim próprio me pergunto:
É tarde?
Será demasiado tarde?
Será que este é já o meu saldo e balanço final?
Na verdade o que se esconde atrás das cortinas do destino e do tempo e mesmo do espaço não é um destino temível é apenas o destino que mal ou bem foi sendo lapidado hora a hora, dia-a-dia, semana a semana, mês após mês durante mais de quatro décadas por mim próprio e obviamente empurrado por diversos fatores externos que foram surgindo ao longo de uma vida, embora eu saiba hoje, não sei se tarde demais, que nós não somos auto-suficientes para desencadear alguns fatores externos, mas que damos uma ajuda fundamental ao seu surgimento, e disso eu não tenho a menor das duvidas, pois com os nossos comportamentos e decisões, muitas e muitas vezes menos racionais e mais voltadas para um certo pendor da paixão de um momento e ardentemente conhecidas por tantos e tantos vínculos de amor próprio, quantas e quantas vezes mesmo assim feridos.
Mas na nossa vida surgem presenças inesperadas que se tornam constantes, e acontecimentos tantas vezes imaginados ao longo da vida e nunca ocorridos nos tamings pré-estabelecidos e outros que pela sua complexidade nunca imaginamos que possam já vir a acontecer-nos. Mas que mesmo assim e muitas vezes mesmo sem motivo para tal se tornam como que irrelevantes, pela forma como acabam por ocorrer. Estar a viver uma relação de 9 meses, precisamente o tempo que demora uma gestação normal, e não gerar nada, e de um momento para o outro entrar na nossa vida uma outra mulher, que vem revolucionar tudo o que até ai era seguido como tabua de medida universal, e como que nascido do nada ficar com as duas, ao mesmo tempo, com ameaça de gestação, é como se diz em gíria, desta terra dos trópicos:
“Fogo na canjica”
E depois mesmo que á distancia, entrar na nossa vida uma terceira mulher, que revoluciona tudo quanto se tem como dado adquirido.
É ficar sem ter capacidade de reação e comentário...
Mesmo salvaguardando as devidas distancias, nomeadamente o fato de eu neste momento ser um homem divorciado, e portanto, sem qualquer compromisso escrito, mesmo assim só me consigo recordar da situação do meu amigo Sidonio Sousa, que numa única semana conseguiu ser pai por duas vezes e obviamente de mulheres diferentes. Uma a sua legitima esposa e outra de uma tórrida aventura em que andava envolvido á cerca de um ano.
Conseguir juntar duas famílias num mesmo local, para receberem os novos componentes originários de um mesmo pai é deveras hilariante, e de forma alguma uma imoralidade, é mais do que tudo isso, é algo que nem eu consigo encontrar designação, embora se situe entre o absurdo e o exagero de uma vida.
Eu agora, colocado perante a iminência de uma sensação idêntica imagino a náusea e vertigem que deve ter sentido, mas ao mesmo tempo a sensação de grande alegria e admiração por aquelas duas mulheres que se submeteram a esta situação de gritante humilhação. Ainda mais que não sabiam da situação uma da outra, embora estivessem internadas em trabalho de pré-parto em quartos contíguos.
E perante esta situação fazer o que?
Pois nada!
Nada vezes nada, ou seja, no meu caso é assumir a situação e seguir em frente!
Uma mulher de 46 anos, outra de 32 anos. Uma viúva a outra divorciada. Uma com 2 filhos outra com 1 filho de relacionamentos anteriores. E caso se confirme uma gravidez programada e desejada no caso de uma delas, neste caso a mais nova. E uma gravidez não programada e de certa forma indesejada pelo alto risco que comporta uma gravidez aos 46 anos.
Agora a parte emocional de toda a situação. Aquilo que realmente me afeta mais, pois se no caso concreto de uma; ao fim de 9 meses de relacionamento, tudo não passa de uma simbiose de vivencias, sem família e sem assumir constituir família, pois não se manifesta de forma alguma a fim de estabilizar a nossa situação, como que adivinhando que na realidade não existe mesmo situação.
Do outro lado é um relacionamento aparentemente de sonho, uma mulher que parece destinada inconscientemente para mim, dentro de uma vida de muitos e muitos anos, uma simbiose mais perfeita tanto nos momentos mais íntimos como no simples convívio do dia-a-dia. Algo que nunca aconteceu numa percentagem tão grande e conseqüente na minha vida.
Com ela ao meu lado, eu como que sinto a possibilidade de um dia via a poder ter uma família, uma união, até mesmo o jovem nascido de uma outra relação anterior, comunga dessa matriz familiar. Com a outra não acontece em absoluto nada disso, vivo com ela, mas de certa forma não me sinto parte integrante da família, pois a minha orgânica de família é bem diferente. A minha orgânica de família é estruturada na base do relacionamento sólido e isso não acontece, ela tem uma visão da vida baseada no; vão andando, amanhã logo se vai ver como se resolve, e claro que á boa maneira brasileira, e que eu abomino, nunca se resolve. Nunca se tenta antecipar a resolução de possíveis problemas, os problemas quando surgem são atacados em termos de resolução só mesmo quando já não mais podem ser evitados.
Mesmo a educação do jovem da família, o seu filho mais novo, é mais um cuidado das empregadas e das ordens da família do que do real poder de mãe.
Tanto importa que vá freqüentar a escola 2 dias ou 30 ou 29, é igual, basta que um familiar decida levar o jovem e ele ai vai, pois a mãe não tem domínio algum sobre a sua vida diária.
A vivencia caseira é assim do tipo “cabaré espanhol”, onde todo o mundo chega, abanca, come, bebe, dorme e vai embora com a conta por pagar, pois nem um muito obrigado existe para se deixar.
Não consigo ao fim deste tempo todo assumir este tipo de alegada cultura, mais própria da vivencia da tenda dos ciganos, pois se não bastasse essas situações, ainda tenho que ressalvar que a casa funciona mesmo nesse tipo de moldes, com a porta da entrada escancarada, chinelos espalhados na entrada, chinelos espalhados por toda a casa. Roupa amontoada por aqui e por ali, umas peças por passar a ferro outra por arrumar. Roupa suja pelo chão, um pouco por todo o lado, sapatos que vão sendo abandonados indiscriminadamente por todas as divisões, talvez que seja o meu viver que é diferente, ou a minha cultura que é mesquinha.
Reconheço que cheguei a um patamar em que sou impotente para alterar seja o que for na vida desta mulher, pois se a casa funciona dessa forma, o amontoar de dividas é sem numero, e sempre a aumentar, sem noção de que tem que ser pagos os compromissos.
Do outro lado esta alguém que quer assumir uma família, remar para o mesmo lado, arriscar, pelo menos tentar ser feliz e que tem uma imagem totalmente diferente da vida, da vivencia familiar como núcleo central.
Mas dentre toda esta vida agitada, surge mais uma mulher na minha vida. Aquela que revoluciona tudo, que faz bater mais rápido o meu intimo. Aquela que parece estar destinada nas estrelas, para cambiar toda uma vida.
E eu por outro lado; nutro um sentimento profundo, mas um sentimento profundo por mim próprio, em termos individuais, só sentido anteriormente uma única vez na minha vida, e já lá vão muitos e muitos anos, embora nessa época um sentimento muito mais emocional do que carnal e intimo por outra pessoa, concretizado agora de forma conseqüente. Embora que por mais estranho que possa parecer, um sentimento trabalhado na distancia, com um sentir tão próximo, como se ao estender um braço, ele ali esteja, livre para ser tocado.
Cheguei realmente á conclusão que sou talvez realmente um ser para estar só, aguardando talvez um grande desafio que possa surgir, e que altere a minha vida.
A minha vida corre assim aceleradamente no meio de um desfiladeiro de emoções, para uma definição do meu futuro pessoal e emocional.
Conseguir parar e pensar as grandes e profundas mudanças que ocorrem e continuam a ocorrer na minha vida nestes últimos 2 anos, e sem que eu tenha feito grande esforço para tudo quanto vai acontecendo, pois de certa forma sinto que me tenho deixado levar como que pelo andamento do carro do destino.
Talvez que a razão central do destino da minha vinda ao Brasil, tenha sido a capacitação orgânica da minha vida, sendo que por outro lado não tenha evitado, de certa forma ter-me transformado num novo João Viana, ou num Antunes da Silva do século XXI. Esta minha sensibilidade é tanto no capitulo do tratamento pessoal com o sexo feminino, como também agora aparentemente com relação a filhos e paternidades com origem estranha, a se confirmar a consecução da dupla paternidade, e ao mesmo tempo por paixões que deixam a minha vida devastada e longe de ser algo conclusivo.
A minha imagem perante os últimos fatos devera ser mais a de um Antunes da Silva do que a de um Massapina, no entanto só posso atribuir tudo isto a uma pura e conseqüente negligencia pessoal, ou mesmo falta de compromisso para assegurar um melhor recurso na minha personalidade, em alguns aspetos prioritários.
Assumo também que atendendo á alegada cegueira me deixei enveredar numa cadenciada e determinante falta de definição em termos de opção de vida para o futuro pós quatro décadas e meia de vida. Letargia a que somente agora estou a colocar um fim, estudando e estruturando o que posso e devo fazer para ter finalmente uma família, e um ritmo de vida; próprios. Retomando uma vivencia ambiciosa, que muito embora todos os muitos erros que assumo ter cometido, me tem, no entanto, acompanhado por grande parte da minha vida.
Se eu parar neste momento esta analise e perspectiva de construir uma família, tudo isto vai conduzir a um superar das expectativas mais altas em termos de inconsciente, pois corro o serio risco de me transformar, a pouco e pouco, num autentico predador indiscriminado de corações femininos, e obviamente sexual, fatos que nunca me passariam pela cabeça em termos de relação humana.
Pergunto-me o que será que hoje no ano 2007, ás portas do ano 2008, as mulheres conseguem encontrar em mim assim de tão extraordinário que antes eu não tivesse já ou nunca fosse revelado?
Não encontro nenhuma justificativa para que neste momento, em termos, por exemplo, de contatos via internet, eu tenha bem mais de uma centena de contatos que dariam tudo para poder estar intimamente comigo, tanto a viver como a conviver.
Mas a minha vida não pode ser isso, a depredação emocional e sexual, a minha vida hoje de forma determinada, é não poder defraudar mais expectativas, deixando tudo na mesma na minha vida, hoje eu sinto e quero realmente poder mudar a minha vida.
Eu tenho olhado para o tempo, deixando paulatinamente correr os ponteiros do relógio da vida, sem grande noção da passagem do dia e da hora, e agora olho para o relógio e sim observo os ponteiros a caminhar dos segundos, a importância da passagem do tempo e resumo tudo numa frase:
“Mudar de vida!”
Agora tenho que aguardar e programar para conseguir sair desta gruta onde instalei a minha vida, mas como sempre eu sei que vou ser capaz de mais uma vez colocar o barco na água e sair desafiando o vento e as marés por nunca temer o mar.
Aconteça o que acontecer, algo está muito claro na minha mente, eu quero realmente dar um golpe de asa e reentrar na vida ativa de preferência em Portugal.
A minha ambição devia obrigar-me a por uma questão de orgulho ficar no Brasil, mas eu tenho mais do que orgulho, eu tenho ambição e personalidade, para além de que jamais fiquei num País de que esteja farto, e eu estou neste momento farto, super farto, do Brasil. Por isso a minha grande ambição neste momento é retomar a minha carreira profissional em Portugal, mas para isso muitos fatores vão ter que se conjugar, obviamente que com a minha capacidade de luta sei que tudo é possível, mas agora para além da minha luta no caminho do regresso tenha também as duas lutas de encontrar os meios para isso, de acordo com o meu padrão de vida e por outro lado esperar que terceiros liberem o meu regresso. Não posso também esquecer que eu tenho que decidir se quero voltar acompanhado ou totalmente só, e esse é uma decisão que somente a mim cabe, não se trata de uma luta, mas sim de uma decisão pessoal e totalmente isolada.
É incrível como alguém pode combinar tão bem com outro ser de forma tão extraordinária e determinante, como se fosse uma mesma célula, essa junção de forças e prismas só pode ser o embrião da felicidade rumo a um futuro que queremos viver rápido e pronto.
Essa simbiose esta hoje a ser vivida por mim, em termos de coração e razão.
Um e outro querem a mesma coisa:
Viver!
Se ela estiver grávida, pois não escondo que vai ser para mim uma alegria pessoal imensa, mas ao mesmo tempo nos dias de hoje uma dupla angustia, pois significa que vou ter que a breve trecho magoar o meu coração e a minha razão.
Nada ficara como antes da mesma forma se a outra estiver também grávida, pois embora seja com ela que eu poderia um dia vir a viver, e construir a minha família, vou ter que ser bastante sapiente para sair da vida das duas sem grandes magoas para elas.
E se estiverem realmente as duas grávidas?
Como vou considerar uma dupla atribuição, pois tenho plena consciência de que tanto uma como outra são intransigentes na formulação de um relacionamento estável e absolutamente compacto sem interferências de terceiros.
No entanto eu tento imaginar o que pode vir a acontecer caso eu tenha que vir a assumir as duas paternidades ou mesmo só uma, mas com o meu relacionamento a ser conseqüente com outra pessoa que não a mãe do meu filho.
Pois estou consciente de que posso estar a dois passos de me ver envolvido numa autentica guerra campal tendo como centro do conflito a minha pessoa e também eu próprio como o centro e local de explosão. Mas fazer o que? Agora é tarde, agora é esperar e preparar o futuro, de modo determinado e baseado nos pressupostos que vierem a surgir a muito curto prazo.
De algo eu nunca poderei fugir, ao meu destino, ao destino que tenho ajudado a construir e que o meu coração nunca se tem enganado quanto aos caminhos a percorrer.
De fato o tempo passou rápido, e ambas deixaram o meu coração e a minha razão livres, para poder seguir o meu destino, de acordo com o ideal de poder realizar os meus sonhos.
Mais uma vez o destino, marcou a hora.
Não seria ainda agora que eu iria realizar o sonho de uma nova vida. No entanto o sonho de uma outra vida para mim, esse esta totalmente em aberto.
Adormeço todos os dias sonhando com a minha chegada a Lisboa, á minha cidade, á minha casa, ao futuro que realmente decidi que quero para mim.
Quanto a mulheres?
Quem me quiser conquistar mesmo a valer, vai ter que lutar, pois mais do que nunca acho que virei animal solitário e desejoso de seguir o meu trilho.
O futuro espera por mim. O sonho de uma nova vida está á distancia de um oceano, que vou atravessar em breve, nem que seja a nado.
Um sonho de uma nova vida, não passa de forma alguma por aqui, pelas terras de Vera Cruz...
Está decidido!
Decidido esta...

Um comentário:

Gilda Mattheus disse...

Querido comentar prá que?

Só tenho a incentivar-lhe!

"O futuro espera por mim. O sonho de uma nova vida está á distancia de um oceano, que vou atravessar em breve, nem que seja a nado.
Um sonho de uma nova vida, não passa de forma alguma por aqui, pelas terras de Vera Cruz..."
Está decidido!
Decidido esta...

Que assim seja!

Beijo Grande,

Gilda